Dilma afirma na TV que não vai 'descuidar nunca' dainflação
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (1º)
durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e
televisão que o governo não vai "descuidar nunca" do controle
da inflação.
O pronunciamento foi motivado pelo Dia do Trabalho,
comemorado nesta quarta. A presidente gravou no Palácio da
Alvorada (residência oficial), e a fala foi exibida a jornalistas no
final da tarde no Palácio do Planalto.
Nos eventos do 1º de Maio em São Paulo, políticos e
sindicalistas fizeram críticas à política econômica do governo. O
senador Aécio Neves (PSDB) disse que o governo é "leniente"
com a alta dos preços. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da
Presidência da República, Gilberto Carvalho,defendeu o
governo. Ele afirmou que Dilma é " uma leoa " contra a
inflação".
Dilma disse que governo continuará "sua luta firme" pela
redução de impostos e pela diminuição dos custos para
produtores e consumidores, "mesmo que tenha que enfrentar
interesses poderosos".
"É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma
presidenta que pensa dessa maneira não vão descuidar nunca
do controle da inflação. Esta é uma luta constante, imutável,
permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa
política econômica, que têm por base o crescimento sustentado
e a estabilidade. E não abriremos mão jamais dos pilares
fundamentais do nosso modelo: a distribuição de renda e a
diminuição da desigualdade no Brasil", afirmou.
Para o senador Aécio Neves (MG), possível candidato tucano
à Presidência, a presidente ofereceu, com o pronunciamento,
uma viagem de dez minutos à ilha da fantasia" .
Apesar da fala sobre inflação, o pronunciamento de Dilma na
TV acentuou as ações do governo na área da educação e
sobre a importância de se ampliar os recursos para essa área.
Dilma anunciou que enviou ao Congresso Nacional um novo
projeto que determina que todos os royalties, participações
especiais do petróleo e recursos do pré-sal sejam aplicados,
exclusivamente, na educação.
A presidente pediu que os trabalhadores "acreditem
apaixonadamente no Brasil" e disse que o país vai seguir "na
rota de crescimento com estabilidade, distribuição de renda e
diminuição das desigualdades".
Dilma destacou dados da economia brasileira. Segundo ela,
somente durante o seu governo, o país criou 3,9 milhões de
novos empregos com carteira assinada e conseguiu reduzir em
30% a taxa de desemprego entre 2008 e 2012.
"Em 2012, enquanto lá fora cresciam o desemprego e as
perdas salariais, aqui ocorria exatamente o contrário", afirmou.
De acordo com a presidente, tem ocorrido uma redução da
desigualdade entre homens e mulheres, entre brancos e
negros e entre as áreas urbanas e rurais.
"Os brasileiros estão se tornando mais iguais", disse, antes de
mencionar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC)
aprovada pelo Congresso que amplia os direitos de
empregados domésticos.
"Os direitos trabalhistas avançam, e as dívidas sociais
históricas estão sendo resgatadas, como ocorreu recentemente
com a aprovação da PEC que estende os direitos previstos na
CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] aos trabalhadores
domésticos".
Leia a íntegra do pronunciamento da presidente:
Queridas trabalhadoras e queridos trabalhadores,
O Brasil passou a ser mais Brasil quando o brado por mais
emprego, mais salário e mais comida deixou de ser um grito
solitário dos trabalhadores para ser a voz e o compromisso de
toda uma nação. É por isso que nós, brasileiras e brasileiros,
estamos tendo, nos últimos anos, a alegria de comemorar o 1º
de Maio com recordes sucessivos no emprego, na valorização
do salário e nas conquistas sociais dos trabalhadores.
Neste 1º de Maio, o Brasil pode garantir outra vez a vocês
que nada ameaça estas conquistas. Ao contrário, elas vão se
ampliar ainda mais, beneficiando a todos vocês, sem exceção.
O Brasil vai continuar usando instrumentos eficazes para
ampliar o emprego, o salário e o poder de compra do
trabalhador.
Mas, a partir de agora, vai privilegiar como nunca o
instrumento que mais amplia o emprego e o salário: a
educação. Para isso, várias medidas estão sendo executadas e
outras estão em discussão. A mais decisiva delas é a que
determina que todos os royalties, participações especiais do
petróleo e recursos do pré-sal sejam usados, exclusivamente,
na educação.
Anuncio hoje a vocês que enviei ao Congresso Nacional uma
nova proposta para que isso possa virar realidade.
Minhas amigas e meus amigos,
O Brasil avançou muito nos últimos anos por causa de políticas
econômicas corretas e de políticas sociais profundas. Hoje, há
um reconhecimento internacional de que temos as políticas
sociais mais amplas e modernas do mundo. Isso nos orgulha e
nos estimula. Mas há um ponto que tem passado
desapercebido: o fato do emprego e do salário terem se
tornado os dois maiores fatores de diminuição da desigualdade.
Mesmo com a importância dos programas sociais, foi a renda
do trabalho que mais contribuiu na diminuição da desigualdade.
Com os programas de transferência de renda, já tiramos 36
milhões de brasileiros da miséria. Mas são o emprego e o
salário que estão impedindo que essas pessoas voltem para a
pobreza, e também aceleram a ascensão social de milhões de
outros brasileiros. Foi assim que 40 milhões de brasileiros foram
para a classe média. Isso se deu por causa da valorização do
salário-mínimo, do recorde na geração de emprego com
carteira assinada e do ganho real em todas as faixas salariais.
O Brasil gerou, nos últimos dez anos, 19 milhões e 300 mil
empregos com carteira assinada, e o salário-mínimo cresceu
mais de 70% em termos reais. Somente nos dois anos do meu
governo foram criados 3 milhões e 900 mil novos empregos.
Segundo o Fundo Monetário Internacional, o FMI, isso nos
colocou numa situação privilegiada no mundo: fomos o país que
mais reduziu o desemprego entre 2008 e 2012, ou seja,
reduzimos em 30% a taxa de desemprego. Por sinal, em 2012
enquanto lá fora cresciam o desemprego e as perdas salariais,
aqui ocorria exatamente o contrário.
Tivemos o menor índice de desemprego da história e, segundo
o Dieese, o melhor ano de reajustes, com 95% das categorias
conquistando aumento real de salário. Não houve apenas
aumento, mas também melhoria na qualidade do emprego:
cresceram os níveis de escolaridade dos empregados e
ampliou-se a formalização do emprego. Ao mesmo tempo,
diminuiu a taxa de desemprego entre os jovens e aumentou o
emprego entre os mais maduros. E, em termos gerais, ocorreu
uma queda acentuada no tempo de procura por trabalho.
Levando-se em conta a renda das pessoas, tem ocorrido
também uma redução da desigualdade entre homens e
mulheres, entre brancos e negros, e entre as áreas urbanas e
rurais. Os brasileiros estão se tornando mais iguais.
Os direitos trabalhistas avançam e as dívidas sociais históricas
estão sendo resgatadas, como ocorreu recentemente com a
aprovação da PEC que estende os direitos previstos na CLT
aos trabalhadores domésticos.
Tudo isso ocorre porque o Brasil tem uma política eficiente de
emprego e salário, porque o país dialoga com o trabalhador e
os sindicatos e respeita os direitos trabalhistas. Inclusive,
devido a este diálogo, os trabalhadores, entre outras
vantagens, obtiveram a isenção do Imposto de Renda na
participação dos lucros e resultados.
O mais importante é que os efeitos da renda do trabalho e das
políticas sociais reduziram pela metade o risco das pessoas
ficarem mais pobres, e praticamente dobraram a possibilidade
das pessoas melhorarem de vida.
Estes fatores têm garantido a diminuição das desigualdades e
inibido, entre nós, os efeitos da prolongada crise financeira que
ainda atinge o mundo.
Trabalhadoras e trabalhadores, acreditem apaixonadamente no
Brasil e na força do trabalho de cada um de vocês. Não
tenham dúvida de que o Brasil, com a força de vocês, pode e
vai crescer mais, garantindo o emprego de hoje e o de
amanhã.
Vamos seguir na rota de crescimento com estabilidade,
distribuição de renda e diminuição das desigualdades. Este
governo vai continuar sua luta firme pela redução de impostos
e pela diminuição dos custos para o produtor e consumidor,
mesmo que tenha que enfrentar interesses poderosos.
É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma
presidenta que pensa desta maneira não vão descuidar nunca
do controle da inflação. Esta é uma luta constante, imutável,
permanente. Não abandonaremos jamais os pilares da nossa
política econômica, que têm por base o crescimento sustentado
e a estabilidade. E não abriremos mão jamais dos pilares
fundamentais do nosso modelo: a distribuição de renda e a
diminuição da desigualdade no Brasil.
Minhas amigas e meus amigos,
Só uma educação de qualidade pode garantir mais avanço
para o emprego e para o salário. Nos últimos anos, ampliamos
o acesso e melhoramos a qualidade do ensino. Já estamos com
32 mil escolas funcionando em tempo integral, ou seja, em dois
turnos.
Tivemos o maior avanço da história do Brasil nos cursos
técnicos e de qualificação profissional. Geramos, com o
Pronatec, mais de 3 milhões de novas vagas e vamos chegar,
até o final de 2013, a quase 5 milhões de matrículas.
Mais de 1 milhão e 200 mil jovens já receberam bolsas do
ProUni, 870 mil estudantes estão sendo beneficiados pelo
financiamento do Fies e 41 mil estudantes brasileiros já tiveram
bolsas aprovadas para estudar nas melhores universidades do
mundo no Programa Ciência sem Fronteiras.
E tudo isso está sendo acompanhado pela expansão das
universidades federais, que já oferecem mais de 1 milhão de
matrículas. A partir deste ano, de forma crescente, vamos
garantir, através da nossa política de cotas, que metade das
vagas de todos os cursos das nossas universidades federais
seja ocupada por alunos das escolas públicas.
Tudo isso é muito bom, mas ainda é pouco. O Brasil precisa de
uma grande revolução no ensino capaz de garantir o nosso
futuro como nação líder e soberana no mundo. Vamos,
principalmente, formar os jovens, as trabalhadoras e os
trabalhadores brasileiros para que possamos triunfar num
mundo cada vez mais desenvolvido e altamente competitivo.
A educação deve ser uma ação permanente em todos os
instantes da vida de uma pessoa. Ela começa na creche, passa
pela escola de tempo integral, pelo ensino médio, pela
qualificação profissional, pela universidade, o mestrado, o
doutorado e tem que prosseguir, de forma ininterrupta, até o
fim da vida.
O papel do Estado é criar condições para isso, em especial,
abrindo portas para os que mais precisam. Mas um governo só
pode cumprir bem o seu papel se tiver vontade política e se
contar com verba suficiente.
Por isso, é importante que o Congresso Nacional aprove nossa
proposta de destinar os recursos do petróleo para a educação.
Peço a vocês que incentivem o seu deputado e o seu senador
para que eles apoiem esta iniciativa.
Para encerrar, faço um chamamento decisivo a você,
trabalhador, e a você, trabalhadora: a educação não é apenas
um dever do Estado e um direito do cidadão. É também tarefa
da família e responsabilidade de todos, sem exceção. A
educação começa com você. Todos têm que procurar a
educação por seu próprio desejo, e lutar pela educação com
sua própria força. Somente sua força de vontade vai fazer
você descobrir tempo e meios para educar-se. Somente sua
atenção como pai, como mãe vai estimular seu filho na escola.
Somente sua dedicação de mestre fará você, professor,
superar as dificuldades que enfrenta. Somente a pressão de
todos vai fazer os governos, as empresas, as igrejas, os
sindicatos, em suma, toda a sociedade trabalharem ainda mais
pela educação.
Somente assim poderemos gritar, em uma só voz, uma nova
marca de fé e amor para nosso país. Poderemos gritar, do
fundo do nosso coração: Brasil, pátria educadora!
Viva o Brasil! Viva a trabalhadora! Viva o trabalhador
brasileiro!
Obrigada e boa noite.
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